de Eric Erikson ...
A perspetiva de Erikson
caracteriza-se pelo seu relevo nos aspetos psicossociais. Desse modo, apesar de ser "discípulo" de Freud, discorda da teoria deste psicólogo, nomeadamente nos
seguintes aspetos:
- Valorização exagerada da energia libidinal como chave explicativa do desenvolvimento;
- Redução do desenvolvimento aos períodos que decorrem da infância à adolescência;
- Subestimação das interações indivíduo- meio;
- Privilégio concedido à vertente patológica da personalidade;
Eric Erikson |
Confiança vs Desconfiança (0 - 18 meses)
Este estádio é marcado pela relação que o bebé estabelece
com a mãe:
- se a relação é de segurança, o bebé sente-se bem, manifestando uma atitude
de confiança face ao mundo;
- se não é uma relação segura, a criança desenvolve sentimentos que
conduzem ao medo/desconfiança em relação aos outros.
Nesta fase, as crianças sentem ainda necessidade de proteção, mas querem também experimentar. Desse modo, se a criança é encorajada, explora o mundo autonomamente (exercita as suas capacidades motoras); Mas se
é muito controlada pelos pais, sente dúvida (precisa da aprovação) e
vergonha.
Iniciativa vs Culpa (3 - 6 anos)
A criança já deve saber o que pode ou não fazer e obtém prazer na realização de certas atividades por
iniciativa própria, pois sente orgulho nas suas capacidades; Se é muito punida (caso os pais não gostem),
sente-se culpada por agir de acordo com os seus desejos; Ela revela falta de
espontaneidade e sente-se inibida.
As virtudes desenvolvidas neste período são a tenacidade, o propósito e a direção.
Indústria vs Inferioridade (6 - 12 anos)
A palavra indústria é utilizada no sentido de produtividade/competência. Esta fase decorre na idade escolar e, desse modo, a criança desenvolve aprendizagens (escolares, sociais…),
que podem fazê-la sentir que é competente (caso realize bem as tarefas e se sinta capaz de produzir) ou que é menos capaz que os colegas.
Se prevalecer este fracasso a criança sente-se inferior pois não se sente segura nem reconhecida pelos outros.
As virtudes básicas são a competência/capacidade e o método.
Identidade vs Confusão de identidade (12 - 18/20 anos)
O adolescente procura saber quem é (construção da sua identidade) e aquilo que se quer tornar - caso seja autónomo, confiante e com poder de iniciativa isso torna-se mais fácil. Mas, por outro lado, o indivíduo pode também ficar confuso face a tantas
possibilidades - sem saber o que quer, como agir e que pessoa é (confusão/indecisão de
identidade e de papéis).
Neste estádio, aquele que resolve a crise de forma positiva, adquire a
lealdade (fidelidade para com si próprio), tal como, virtude e devoção.
Intimidade vs Isolamento (18/20 - 30/35 anos)
O jovem adulto pode estabelecer relações íntimas (amor/amizade) duráveis com outras pessoas ou pode distanciar-se e
fechar-se. Se apresenta uma identidade assumida de sexualidade enriquecedora e vínculos sociais abertos e estáveis, logo cria relação de intimidade com os outros, mas, por outro lado, se tem dificuldades em relacionar-se e trocar afetos com outros contribui para que se feche e permaneça em isolamento.
As virtudes desenvolvidas são o amor e a filiação.
Generatividade vs Estagnação (30/35 - 60 anos)
A generatividade liga-se à criatividade e produtividade e é a fase de afirmação pessoal em que há a possibilidade do sujeito transmitir às novas gerações aquilo que sabe e o desejo de ter filhos. Quanto ao aspeto negativo - estagnação - ocorre quando há centração nos seus interesses, que leva à falta de relações exteriores e egoismo.
As virtudes básicas são o cuidado, ajuda aos outros e a produção.
Integridade vs Desespero (60 anos em diante)
O indivíduo avalia a sua vida, podendo experimentar
sentimentos de integridade ou de desespero; Para isso faz um balanço da sua vida que é positivo ou negativo. A integridade resulta de uma avaliação positiva da sua
existência onde aceita a existência como algo de valioso e sente-se satisfeito com
a vida. Quanto ao desespero, este resulta de uma avaliação negativa da sua existência e da
impossibilidade de a recomeçar e, desse modo, considera a vida como tempo perdido e que é
impossível recuperar.
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