6 de junho de 2012

Atividade Física na 3ª Idade ...

Desenvolvimento ao longo da idade adulta ...
   
   Uma vez que, futuramente, o nosso trabalho também pode estar relacionado com as pessoas adultas, foi abordado nas aulas essa mesma situação. Desse modo, colocamos aqui algumas das referências mais importantes.


MATURIDADE


   Deve ser tida em conta e que de acordo com a psicologia do desenvolvimento, é um momento de culminância biológica, psicológica ou social, em que o indivíduo exibe as estruturas ou os comportamentos esperados para a sua idade. A maturidade está relacionada com diferentes acontecimentos, momentos da vida ou contextos sócio-culturais, havendo também outras definições, tais como, estar empregado, ser financeiramente independente, ser pai, entre outros...
   Conclui-se que não há uma idade clara que demarque a sua ocorrência!


RELÓGIO BIOLÓGICO vs RELÓGIO SOCIAL

   Relógio biológico é um mecanismo interno do ser humano que ajusta um monte de funções do nosso organismo, ou seja, uma forma de "ver" se estamos a "crescer", ao mesmo nível das pessoas com a mesma idade, ou de social e psicologicamente parecidos connosco. O relógio social diz respeito ao pensamento das pessoas sobre as alturas exatas para alguns acontecimentos.


DESENVOLVIMENTO FÍSICO E SAÚDE (20-30 ANOS)

   Esta é uma fase que está caracterizada como sendo o pico da vitalidade, onde se encontra a força física e a resistência ao seu máximo; A saúde nesta idade, de uma forma geral, também está melhor do que quando se é criança e neste período a taxa de morte é menor.

   Para além destas, existem muitas outras características que podiamos desenvolver. Entre elas, temos o desenvolvimento cognitivo, a sexualidade e intimidade, as relações interpessoais, o desenvolvimento da personalidade, etc. Outras que devem ter um relevo maior são, por exemplo, o desenvolvimento da meia idade, o envelhecimento e a atividade física na 3ª idade.
Desenvolvimento ao longo da infância e da adolescência ...
Conclusão ...

   O estudo de todas estas etapas pertencentes ao desenvolvimento do ser humano ao longo da infância e da adolescência foram muito importantes, uma vez que, através disso, conseguimos perceber os comportamentos que os indivíduos iam tendo ao longo do tempo. Desse modo, o desenvolvimento motor, o sensorial, a maturação física na adolescência, a experiência precoce, o desenvolvimento cognitivo, o pessoal, o psicossocial e o moral foram de essencial estudo para podermos, agora, concluir que todos eles fazem parte da evolução do ser humano.
  O mais fascinante, é que através da nossa área, o Desporto, em que convivemos diariamente com os indivíduos destas idades - quer em aulas de educação física, quer nos clubes desportivos - conseguimos perceber, claramente, todos esses processos que fomos explicando mais abaixo. 
   Assim, como temos a oportunidade de conviver com essas crianças/jovens e como sabemos aquilo que elas estão a passar, podemos dar-lhes auxílio nessas fases.

29 de maio de 2012

Desenvolvimento ao longo da infância e da adolescência ...
Desenvolvimento Moral ...


   O desenvolvimento moral é muito importante, visto que se vai desenvolvendo com o aumento da idade e, desse modo, é objeto de estudo da Psicologia do Desenvolvimento. 
  Este pensamento moral refere-se ao modo como consideramos certo ou errado determinado ato. Assim, uma das grandes preocupações da sociedade é que as crianças e os jovens evitem violar as regras e leis, comportando-se de maneira correta.

Jean Piaget
Lawrence Kohlberg

   Para esta temática temos o contributo de Piaget e Kohlberg, que através dos estudos efetuados, desenvolveram teorias explicativas do desenvolvimento moral que, podemos dizer, estão agregadas em diferentes estádios.





MODELO DE PIAGET

   Criou um modelo teórico explicativo do desenvolvimento moral baseado no respeito e compreensão das regras. Para ele, a dimensão moral do desenvolvimento psicológico refere-se ao respeito pelas normas sociais e ao desenvolvimento de sentido de justiça no sentido de igualdade e reciprocidade. As suas investigações permitiram-lhe concluir que existem diferenças quanto ao respeito às regras em crianças de idades diferentes, distinguindo-se as fases de realismo moral (heteronomia) e  relativismo moral (autonomia).



Realismo moral - Heteronomia (dos 4/5 aos 8/9  anos)

   O sujeito submete-se a regras que são ditadas do exterior e que são “sagradas” - provenientes de uma autoridade superior e que não podem ser alteradas; A moralidade é determinada pelas consequências materiais, independentemente das intenções do sujeito; Sendo as regras encaradas como algo exterior a si, só o respeito pela autoridade (que as dita) justifica que elas sejam seguidas, ou seja, o indivíduo obedece às normas por medo da punição. Na ausência da autoridade pode ocorrer a desordem e a indisciplina. 



Relativismo moral - Autonomia (dos 8/9 anos em diante)

    É a moral da cooperação e da reciprocidade;
   Nesta fase, o sujeito constrói as suas regras morais que, posteriormente, interioriza e cuja necessidade compreende; A criança percebe as regras como estabelecidas e mantidas pelo consenso social e as considerações sobre a justeza de um ato dependem agora das intenções;
   O contacto com pontos de vista divergentes constitui um elemento crucial para o desenvolvimento da moralidade autónoma de reciprocidade.


MODELO DE KOHLBERG

   O estudo de Kohlberg permitiu a conclusão de que há tendências etárias quanto ao uso de tipos de raciocínio moral exibido nas respostas e verificar um conjunto de aspetos do julgamento moral. 
   A partir da análise das respostas e dos raciocínios apresentados pelos sujeitos, Kohlberg definiu os estádios de desenvolvimento moral, que estão subdivididos em 3 níveis, em que cada um deles tem 2 estádios.



Nível 1: Moralidade Pré-Convencional (crianças até aos 9 anos, com alguns adolescentes e delinquentes)
   Neste nível, o indivíduo raciocina em relação a si mesmo e ainda não compreendeu ou integrou totalmente as regras e expectativas sociais; A moralidade (as regras e normas sociais) é completamente externa ao sujeito; 
Estádio 1: Orientação para a punição e obediência...  
   A criança não considera os interesses dos outros e não relaciona vários pontos de vista em simultâneo; Ela obedece às figuras de autoridade para evitar a punição, decidindo o que está certo ou errado com base nas suas consequências; Não há uma verdadeira noção de regras nem há avaliação das intenções. O certo é a obediência cega às regras e à autoridade.

Estádio 2: Individualismo e troca instrumental...
   A ação correta é aquela que satisfaz as necessidades do indivíduo e apenas ocasionalmente a dos outros; Devem-se fazer coisas aos outros se os outros retribuírem o favor - Reciprocidade pragmáticaNão há uma verdadeira noção de regra; A gravidade de uma má ação depende, em parte, da intenção do ator; A criança reconhece que os outros também têm interesses, desde que se satisfaçam todas as suas necessidades e todos os seus interesses. 


Nível 2: Moralidade Convencional (da adolescência em diante - maior parte das pessoas não passam deste nível)
   Neste nível já existe interiorização e adoção das regras morais; A moralidade é definida por atos que são bons, porque mantêm a ordem social convencional; O indivíduo considera correto aquilo que está conforme e que respeita as regras, as expectativas e as convenções da sociedade; 
Estádio 3: Expectativas interpessoais mútuas, relacionamento e conformidade interpessoal...
   As ações são avaliadas na base das intenções do ator; “Ser bom” é importante e significa ter boas intenções, mostrar interesse pelos outros e estabelecer relações recíprocas; Reconhecer a importância da reciprocidade e tratar bem os outros para que os outros também nos tratem; O que importa é corresponder às expectativas das pessoas mais próximas;

     O que está certo é viver de acordo com aquilo que os outros esperam de nós e fazer aquilo que os outros esperam que nós façamos. É ser simpático, leal e digno de confiança.

Estádio 4: Sistema e consciência social, manutenção da lei e da ordem...
   Este estádio corresponde à obediência das leis, respeito pela autoridade e pelas expectativas que a sociedade deposita em nós - as leis são para serem cumpridas e a sociedade espera que cada um dê o seu contributo para o bem-estar geral; A justiça exige que aquele que infringe a lei seja punido, que “pague” a sua dívida à sociedade e que os sujeitos cumpridores da lei sejam recompensados;

   O certo é cumprir o dever para com a sociedade, manter a ordem social e velar pelo bem-estar de todos.


Nível 3: Moralidade Pós-Convencional (só alguns adultos conseguem chegar a este nível)
   Neste nível, o indivíduo está comprometido com um conjunto de princípios morais complexos e abrangentes, e que são muitas vezes partilhados com outros; Os princípios morais podem transcender figuras de autoridade ou até as normas ou valores de uma sociedade particular;
Estádio 5: Contrato social ou direitos individuais democraticamente aceites...
   O dever é definido em termos de contrato; As leis e as normas não se tomam como “facto consumado” – elas emergem de um consenso e podem ser alteradas; Quando há conflito entre o sujeito e a lei, prevalece a última; O comportamento moral consiste naquilo que expressa a vontade da maioria ou maximiza o bem-estar social; Determinados valores e direitos não específicos, como a vida e a liberdade, têm de ser forçosamente defendidos em qualquer sociedade, independentemente da opinião da maioria;

   O que está certo é ter a consciência  que as pessoas nem sempre partilham os mesmos valores. A pessoa toma decisões, de forma a fazer escolhas que tragam o maior bem para o maio número.

Estádio 6: Princípios éticos universais...

  Nesta fase, o comportamento moral é controlado por um ideal interiorizado, independentemente das reações dos outros, mas respeitando sempre  os princípios universais; Cada pessoa é vista como um fim (e não como um meio) e, em caso de conflito, a lei pode ser preterida; Os princípios éticos não são regras concretas, mas sim orientações gerais e abstratas baseadas numa noção de justiça universal que é aplicada em todas as situações – consciência individual; Estes relacionam-se com a noção de justiça, dignidade humana, direitos humanos e igualdade de direitos;

   O certo é o que obedece aos princípios éticos. A razão para fazer o que está certo é que a pessoa reconhece a validade dos princípios e procura cumpri-los.

28 de maio de 2012



   Após uma pesquisa realizada pelo grupo, encontramos alguns vídeos interessantes em que é explicada esta parte da matéria e, desse modo, colocamos aqui um desses exemplos.
  Como achamos que está bem explicado, partilhamos isto no nosso blog para que todos tenham acesso, a esta matéria, de uma forma alternativa.

25 de maio de 2012

Modelo Psicossocial de Desenvolvimento Pessoal 
de Eric Erikson ...

   A perspetiva de Erikson caracteriza-se pelo seu relevo nos aspetos psicossociais. Desse modo, apesar de ser "discípulo" de Freud, discorda da teoria deste psicólogo, nomeadamente nos seguintes aspetos:
  • Valorização exagerada da energia libidinal como chave explicativa do desenvolvimento;
  • Redução do desenvolvimento aos períodos que decorrem da infância à adolescência;
  • Subestimação das interações indivíduo- meio;
  • Privilégio concedido à vertente patológica da personalidade;
Eric Erikson
   Erikson salienta os aspetos culturais do processo evolutivo da personalidade. Este desenvolvimento evolui em 8 estádios, sendo que cada um tem em conta aspetos biológicos, individuais e sociais. Cada estádio contribui para a formação da personalidade total, sendo por isso todos importantes mesmo depois de atravessá-los. Segundo ele, a tarefa fundamental é a construção da identidade pessoal.



ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO


Confiança vs Desconfiança (0 - 18 meses)


   Este estádio é marcado pela relação que o bebé estabelece com a mãe: 
- se a relação é de segurança, o bebé sente-se bem, manifestando uma atitude de confiança face ao mundo; 
- se não é uma relação segura, a criança desenvolve sentimentos que conduzem ao medo/desconfiança em relação aos outros. 
   As virtudes adquiridas nesta fase são a esperança e o impulso.



Autonomia vs Vergonha/Dúvida (18 meses - 3 anos)


   Nesta fase, as crianças sentem ainda necessidade de proteção, mas querem também experimentar. Desse modo, se a criança é encorajada, explora o mundo autonomamente (exercita as suas capacidades motoras); Mas se é muito controlada pelos pais, sente dúvida (precisa da aprovação) e vergonha. 
    As virtudes básicas que resultam deste estádio são a força de vontade e o autocontrolo.



Iniciativa vs Culpa (3 - 6 anos)

   A criança já deve saber o que pode ou não fazer e obtém prazer na realização de certas atividades por iniciativa própria, pois sente orgulho nas suas capacidades; Se é muito punida (caso os pais não gostem), sente-se culpada por agir de acordo com os seus desejos; Ela revela falta de espontaneidade e sente-se inibida. 
   As virtudes desenvolvidas neste período são a tenacidade, o propósito e a direção.


Indústria vs Inferioridade (6 - 12 anos)

   A palavra indústria é utilizada no sentido de produtividade/competência. Esta fase decorre na idade escolar e, desse modo, a criança desenvolve aprendizagens (escolares, sociais…), que podem fazê-la sentir que é competente (caso realize bem as tarefas e se sinta capaz de produzir) ou que é menos capaz que os colegas. Se prevalecer este fracasso a criança sente-se inferior pois não se sente segura nem reconhecida pelos outros. 
     As virtudes básicas são a competência/capacidade e o método.


Identidade vs Confusão de identidade (12 - 18/20 anos)

   O adolescente procura saber quem é (construção da sua identidade) e aquilo que se quer tornar - caso seja autónomo, confiante e com poder de iniciativa isso torna-se mais fácil. Mas, por outro lado, o indivíduo pode também ficar confuso face a tantas possibilidades - sem saber o que quer, como agir e que pessoa é (confusão/indecisão de identidade e de papéis). 
  Neste estádio, aquele que resolve a crise de forma positiva, adquire a lealdade (fidelidade para com si próprio), tal como, virtude e devoção.


Intimidade vs Isolamento (18/20 - 30/35 anos)

   O jovem adulto pode estabelecer relações íntimas (amor/amizade) duráveis com outras pessoas ou pode distanciar-se e fechar-se. Se apresenta uma identidade assumida de sexualidade enriquecedora e vínculos sociais abertos e estáveis, logo cria relação de intimidade com os outros, mas, por outro lado, se tem dificuldades em relacionar-se e trocar afetos com outros contribui para que se feche e permaneça em isolamento.
   As virtudes desenvolvidas são o amor e a filiação.


Generatividade vs Estagnação (30/35 - 60 anos)

   A generatividade liga-se à criatividade e produtividade e é a fase de afirmação pessoal em que há a possibilidade do sujeito transmitir às novas gerações aquilo que sabe e o desejo de ter filhos. Quanto ao aspeto negativo - estagnação - ocorre quando há centração nos seus interesses, que leva à falta de relações exteriores e egoismo.
   As virtudes básicas são o cuidado, ajuda aos outros e a produção.


Integridade vs Desespero (60 anos em diante)

   O indivíduo avalia a sua vida, podendo experimentar sentimentos de integridade ou de desespero; Para isso faz um balanço da sua vida que é positivo ou negativo. A integridade resulta de uma avaliação positiva da sua existência onde aceita a existência como algo de valioso e sente-se satisfeito com a vida. Quanto ao desespero, este resulta de uma avaliação negativa da sua existência e da impossibilidade de a recomeçar e, desse modo, considera a vida como tempo perdido e que é impossível recuperar.
   As virtudes nesta fase são a sabedoria e a renúncia.


Desenvolvimento ao longo da infância e da adolescência ...
Freud e o Desenvolvimento Pessoal ...


   Freud considera que a compreensão do comportamento exigia uma análise dos fenómenos psíquicos e, desse modo, enfatizava as motivações inconscientes e o papel desempenhado pelas vivências emocionais infantis na estruturação da personalidade do adulto. 

   Após algumas experiências realizadas, concluiu que seria impossível compreender certos processos patológicos, e até o próprio ser humano, se se negasse a existência do inconsciente. 
  Assim, o objeto de estudo para a psicologia modificou-se: - processos psíquicos inconscientes (apesar de admitir a existência do consciente, não lhe deu importância e apenas lhe atribuiu um papel secundário da determinação do nosso comportamento e dos nossos processos mentais).     Através disso, fez uma comparação com um iceberg, em que a sua ponta é o consciente (o que se vê e se pode analisar), a superfície do oceano simboliza o pré-consciente e, por fim, a parte maior do iceberg, que se encontra escondida, representa o inconsciente (parte principal);



   Primeiramente, no que diz respeito à concepção de Homem, este era considerado um ser racional que controlava os seus impulsos através da vontade.
  Com a teoria de Freud a coisa mudou, ou seja, ele ao defender que psíquico não é sinónimo de consciente, e que no Homem não é a razão que domina, mas sim os impulsos, desejos, pulsões, interdições, entre outros, (que são de origens principalmente inconsciente, sexual e agressiva), ele concluiu que o Homem não é dono de si próprio e tem como finalidade o prazer, que receia (por ser socialmente incorreto), e por isso adopta uma atitude recessiva, para tentar encontrar a harmonia interior.



Com isto, Freud dividiu o psiquismo humano em 2 partes:

1ª - Consciente, Pré-consciente, Inconsciente;

Consciente - É a zona da razão e do contacto com o mundo exterior. Esta zona corresponde aos raciocínios, aos pensamentos e às percepções que a pessoa é capaz de chegar através da introspeção.

Pré-consciente - Funciona como um pequeno arquivo de registos. A sua função é impedir a manifestação de pulsões socialmente inaceitáveis, ocorrendo o recalcamento (processo normal e indispensável ao equilíbrio psicológico e social do indivíduo); É uma zona constituída por elementos que podem ser levados ao consciente.

Inconsciente - É o conjunto de pulsões e desejos inconscientes, essencialmente os de natureza sexual, que possuem um dinamismo próprio, cujo acesso ao consciente é impedido pela censura.



2ª - Ego, Superego, Id;

O Id, Ego e Superego são as estruturas essenciais da personalidade, estabelecendo entre si uma relação conflituosa à qual se deve o dinamismo da vida psíquica.

Ego - Instância fundamentalmente consciente que se forma a partir do Id. É regulador e gestor das forças contraditórias entre Id (pulsões inconscientes) e Superego (exigências do meio). Tem preocupações lógicas, de coerência entre a força do Id e os constrangimentos da realidade. Tenta ser moral e utiliza mecanismos de defesa.

Superego - Instância do aparelho psíquico cujos conteúdos representam as normas, regras e interditos sociais, culturais e morais assimilados. É o resultado da interiorização das imagens idealizadas dos pais e das regras sociais. É  base da consciência moral, pois regula os conflitos entre o Id e o Ego; 

Id - Instância totalmente inconsciente do aparelho psíquico cujos conteúdos principais são as pulsões inatas (de caráter sexual e agressivo) e os desejos reprimidos; Rege-se pelo princípio do prazer e pelo processo primário (procura imediata sem considerar as circunstâncias da vida real e sem reservas da satisfação e do prazer).



ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL

   Entre a busca de prazer (pulsões sexuais, entre outros) e as forças que se opõem (ódio, desespero, ausência de desejo, etc) há uma evolução que permite definir estádios de desenvolvimento psicossexual, que se caracterizam pelo predomínio de uma zona erógena (região do corpo que, quando estimulada, dá lugar a uma sensação sexual - prazer).



1º  - Estádio Oral (nascimento até 18 meses/ 2anos)

  • A zona erógena do bebé, nos primeiros meses é constituída pelos lábios e boca;
  • Neste período são particularmente importante as percepções visuais e auditivas;
  • A alimentação é uma grande fonte de satisfação;
  • Chupar o seio materno é a primeira atividade sexual;
  • Nesta altura a relação entre o bebé e a mãe vai ter reflexos na vida futura;
  • É neste estádio que o ego se forma.

2º  - Estádio Anal (2 aos 4 anos)

  • Neste estádio a zona erógena é a região anal;
  • Há uma sexualidade auto-erótica (dirigida a si mesma);
  • A maturação e o desenvolvimento psicomotor vão permitir à criança reter ou expulsar as fezes e a urina;
  • O controlo da defecação gera simultaneamente sentimentos de prazer e dor – ambivalência;
  • Este período etário corresponde a uma fase em que a criança é mais autónoma, procurando afirmar-se e realizar as suas vontades;
  • Faz-se a educação para a higiene;
  • Há um reforço de superego.

3º  - Estádio Fálico (3 aos 5/6 anos)


  • Neste estádio a zona erógena é a região genital. O órgão sexual é a fonte de prazer, sendo comum a sua manipulação;
  • As crianças estão interessadas nas diferenças anatómicas entre os sexos e às interações homem e mulher; Têm brincadeiras que exploram essa interação (aos pais e às mães), têm comportamentos exibicionistas e gostam de espreitar;
  • Complexo de Édipo, onde o rapaz desenvolve uma atração pela mãe e vê o pai como um rival. 



4º  - Estádio de Latência (5/6 anos à puberdade)

  • Após a vivência dos complexos e com um superego já formado, a criança entra numa fase de latência, ou seja, entra numa aparente atenuação da atividade sexual;
  • Ocorre a amnésia infantil;
  • A criança investe a sua energia nas atividades escolares, sociais e culturais.


5º  - Estádio Genital (puberdade à adolescência)

  • A partir da puberdade a zona erógena é a região genital;
  • A adolescência vai reativar a sexualidade genital que esteve como que adormecida durante o período de latência;
  • O adolescente vai reativar o seu complexo de Édipo e poderá assim fazer escolhas sexuais fora do mundo familiar, bem como adaptar-se a um conjunto de exigências socioculturais;
  • O prazer sexual envolve todo o corpo.


MECANISMOS DE DEFESA

   São processos subconscientes ou mesmo inconscientes que permitem à mente encontrar uma solução para conflitos não resolvidos ao nível da consciência. Permitem ao ego manter a sua integridade, ajudando a lidar com a inevitável ansiedade do ser humano (a ansiedade pode ser causada por perda de algum objeto, de amor, de identidade e/ou de auto-estima). Quanto mais angustiados estivermos, mais rapidamente os mecanismos de defesa são ativados.

Exemplos de mecanismos:

  • Negação;
  • Projeção;
  • Deslocamento;
  • Regressão;
  • Entre outros ...

22 de maio de 2012

Piaget e os Estádios de Desenvolvimento...


   A noção de estádio, de um certo modo, surge como instrumento de análise, indispensável para a explicação dos processos e características que se vão formando ao longo do desenvolvimento das crianças, ou seja, os sucessivos ajustamentos da criança ao meio devem interpretar-se em função desses mesmos estádios.
   
Estádio Sensório-Motor (0 - 2 anos)

  Caracteriza-se pelo desenvolvimento do recém-nascido que é descrito como o período de adaptação ao mundo exterior. É a fase em que predomina o desenvolvimento das percepções e dos movimentos. Neste, a criança não se distingue dos objetos que a rodeiam, nem compreende as relações entre estes. Ela gere os seus próprios reflexos inatos e transforma-os em ações de prazer ou interesse.
  Neste período, a criança começa a tomar consciência de si como uma entidade física separada. O seu desenvolvimento físico é acelerado, enquanto o desenvolvimento ósseo, muscular e neurológico permite a emergência e novos comportamentos, o que propiciará um domínio maior do ambiente.
   O indivíduo adquire o conhecimento por meio das suas próprias ações. Pensa-se que o contacto com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento.



Principais características observáveis durante este período:
  • a exploração manual e visual do ambiente;
  • a experiência obtida com ações;
  • ações como agarrar, sugar, atirar...;
  • as ações ocorrem antes do pensamento;
  • a centralização no próprio corpo;
  • noção de permanência do objeto;



Estádio Pré-Operatório (2 - 6/7 anos)


   Este é o período da preparação e da organização da inteligência operatória concreta. A criança já deve ser capaz de manipular o seu ambiente simbólico através das suas representações ou pensamentos acerca do mundo externo. Ela aprende a representar os objetos por palavras e a manipular as palavras mentalmente. Há consideráveis mudanças físicas e a maturação neurofisiológica completa-se. Os esquemas de ação são substituídos por esquemas de representação, assinalando o início da inteligência representativa ou pensamento. 





Este período divide-se em 2 subestádios:

Pensamento simbólico pré-conceptual: ( 2 a 4 anos )

a. Os desejos tornam-se realidade;
b. Possui as seguintes características:
  1. Animismo: A criança atribui sentimentos humanos a objetivos à sua volta (bate na mesa onde se magoou);
  2. Realismo: Dá corpo, materializa as suas fantasias (medo de sair do quarto porque existe um monstro);
  3. Finalismo: Se as coisas existem, têm de ter uma finalidade. Tudo o que existe, existe para o bem da criança (as nuvens existem para tapar o sol);
  4. Artificialismo: Explicação de fenómenos naturais como se fossem produzidos pelos seres humanos (quem pintou o céu?);
  5. Egocentrismo: Tendência da criança de ligar tudo que lhe acontece com os seus sentimentos e ações (a lua segue-me...);

Pensamento intuitivo: ( 4 a 6/7 anos )

a. As crianças julgam as situações pelos dados que podem captar pelos seus sentidos;
b. Características:
  1. Irreversibilidade do pensamento: A criança não consegue reverter as operações que realizou inicialmente para comprovar o seu raciocínio;
  2. Dificuldades de transformação: Não são capazes de compreender que a quantidade pode permanecer embora mude seu aspecto ou aparência;
  3. Dificuldades de classificação: As crianças normalmente experimentam dificuldades para estabelecer e relacionar classes de objetos ou situações;
  4. Dificuldades de seriação: As crianças frequentemente têm dificuldades em ordenar ou criar séries.




Estádio das Operações Concretas (6/7 - 12 anos)

   Esta é uma fase onde o crescimento físico é mais lento do que em fases anteriores. A criança adquire uma autonomia crescente em relação ao adulto, passando a organizar os seus próprios valores morais. A grupalização com o sexo oposto diminui e deixam de confundir o real com a fantasia. O indivíduo passa a ter uma representação mental das pessoas e dos objetos, adquire uma linguagem oral, classifica os objetos pelas suas similaridades e diferenças e realiza operações matemáticas.
    Este estádio é assim caracterizado por uma lógica interna consistente e pela habilidade de solucionar problemas concretos.

Algumas características:

  • Pensamento lógico: Surge a capacidade de fazer análises lógicas, de fazer operações mentais a um nível muito concreto;
  • Mesmo antes deste estádio a criança já é capaz de ordenar uma série de objetos por tamanhos e de comparar dois objetos indicando qual é o maior, mas ainda não é capaz de compreender a propriedade transitiva (a é maior que b, b é maior que c, logo a é maior que c).
  • Reversibilidade;
  • Pensamento descentrado (O seu pai também é filho);
  • Noção de conservação;
  • Conceitos de espaço, tempo, número e lógica;
  • Classificações e seriações.



Estádio das Operações Formais (a partir dos 11/12 anos)

   Este último estádio é caracterizado pela generalização do pensamento e por um apuro da lógica, uma vez que o indivíduo aprende a manipular ideias abstratas, a formular hipóteses e a avaliar as implicações do seu pensamento e do dos outros.
  O pensamento passa a revelar uma natureza auto-reflexiva e começam a definir conceitos e valores.

As principais características deste estádio são as seguintes:

  • A capacidade de abstração, realizando operações mentais sem necessidade de referência a objetos concretos, as operações lógicas dão-se no plano das ideias sem necessidade de apoio da percepção, havendo capacidade de generalização, análise e síntese;
  • O predomínio de esquemas conceptuais abstratos e a utilização de uma lógica formal-proposicional, um raciocínio hipotético-dedutivo que deduz as conclusões apenas de puras hipóteses sem recorrer a uma observação do real; (desvia-se do “é” para o “poderia ser”), deduz e induz de modo sistemático e organizado;
  • Pensamento perspetivista e combinatório;